DENÚNCIA BOMBA NA CÂMARA TERMINA EM ARQUIVAMENTO UNÂNIME E EXPÕE CLIMA DE RACHADURA POLÍTICA
A Denúncia nº 03/2025, apresentada pela vereadora Adriana de Freitas contra o vereador João Altair, foi arquivada por unanimidade na sessão da Câmara de Vereadores de Roncador (PR) realizada na noite desta quarta-feira (17). Nenhum parlamentar votou favoravelmente à abertura do processo, frustrando a expectativa de que o caso avançasse para investigação formal.
Durante a discussão, vereadores fizeram duras considerações sobre o momento e o conteúdo da denúncia. O vereador Antônio Martins afirmou que a acusação chegou de forma precipitada ao Legislativo. “A denúncia veio meio prematuramente aqui para a Câmara. Nem deu tempo de analisar”, declarou.
Na mesma linha, o vereador Flávio Onesko, o ‘Formigão’, destacou a contradição do cenário. Segundo ele, ainda há uma denúncia em andamento e, no meio do processo, o próprio relator acabou sendo denunciado. “A gente nem terminou a investigação de uma denúncia e, no momento, o relator da primeira denúncia está sendo denunciado agora. Fica difícil acatar uma denúncia dessa”, disse.
Já o vereador Jenauro foi além e apontou um possível clima de revanchismo político. “Penso que, a partir do momento que um documento é protocolado na secretaria, ele passa a ser público. Me perdoe a colega Adriana, mas há um sentimento de revanchismo e nós não queremos isso”, afirmou em plenário.
Na votação, todos os vereadores presentes se posicionaram contra a denúncia: Irene Kozak, Antônio Martins, Flávio Onesko, Jenauro, Marilza Dias e Sebastião de Lima. Apesar de serem necessários cinco votos para o prosseguimento, nenhum foi alcançado, resultando no arquivamento imediato da denúncia.
De acordo com a representação apresentada por Adriana de Freitas, o vereador João Altair teria utilizado sua posição para obter, por meio de protocolo assinado, uma cópia de um atestado médico sigiloso, documento que posteriormente teria servido de base para uma denúncia contra ela. A vereadora sustenta que a conduta caracterizaria quebra de decoro parlamentar, violação de sigilo e uso indevido de documento particular.
Com o arquivamento unânime, o caso é encerrado no âmbito da Câmara, mas o episódio deixou claro o ambiente tenso e dividido nos bastidores do Legislativo, alimentando debates sobre ética, uso de documentos e disputas políticas internas.

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