O brutal assassinato de um jovem indígena de 23 anos, filho do cacique da Aldeia Yvyju Avary, no município de Guaíra (PR), acendeu um novo alerta sobre a escalada da violência contra povos originários e defensores de direitos humanos na região de fronteira. O corpo da vítima foi encontrado decapitado, ao lado de uma carta com ameaças explícitas às comunidades indígenas Ava Guarani e à Força Nacional de Segurança Pública.
O bilhete, atribuído a um grupo autodenominado “Bonde 06 do N.C.S.O.”, faz menção direta ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e ameaça promover ataques a aldeias, ônibus escolares e agentes da Força Nacional. “O próximo alvo será a Força Nacional”, diz um trecho da mensagem, escrita com linguagem de ódio e violência extrema. A carta foi recolhida pela Polícia Civil do Paraná e encaminhada para perícia.
PROFUNDA PREOCUPAÇÃO
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) manifestou profunda preocupação com o crime, classificando-o como um ataque à dignidade e aos direitos dos povos indígenas. Desde o início das investigações, o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) acompanha o caso em articulação com autoridades locais e federais. Atualmente, 19 lideranças Ava Guarani estão sob monitoramento devido a ameaças.
“A vida dos povos indígenas será defendida com firmeza. Nenhuma ameaça calará essa luta ancestral por justiça e território”, afirmou o MDHC em nota oficial.
CONFLITOS AGRÁRIOS NA REGIÃO
A região, historicamente marcada por conflitos agrários e pressões de grupos criminosos, vive um agravamento das tensões. A Força Nacional atua no local para reforçar a segurança e apoiar ações de proteção às comunidades indígenas.