A BR-272 está completamente interditada desde a madrugada desta quinta-feira (12) entre os municípios de Guaíra e Terra Roxa, no oeste do Paraná. O motivo? Uma manifestação pacífica de cerca de 20 indígenas da etnia Avá-Guarani, incluindo mulheres e crianças, que reivindicam agilidade na demarcação de terras prometidas pelo governo.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o bloqueio é total, e os motoristas estão sendo orientados a seguir por rotas alternativas sinalizadas. A manifestação acontece próximo à aldeia Tekoha Arakoê, em Terra Roxa, e é liderada por Izaías, uma das lideranças indígenas locais.

“Guaíra e Terra Roxa são terras indígenas. Estamos apenas reivindicando nossos direitos de forma pacífica”, afirmou Izaías.

O protesto chama atenção para a morosidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em concluir as avaliações das áreas ofertadas para aquisição. O processo de regularização envolve um acordo de conciliação que prevê a compra emergencial de 3 mil hectares de terra para os Avá-Guarani, com verba de até R$ 240 milhões da Binacional. No entanto, nenhuma área foi adquirida até agora, gerando frustração e mobilização entre os indígenas.

A Comissão de Conflitos Fundiários do Tribunal de Justiça do Paraná confirmou que está acompanhando o caso e manteve contato com os manifestantes. O impasse gira em torno da lentidão nos trâmites burocráticos.

Uma adolescente indígena de 17 anos foi brutalmente assassinada a facadas na noite da última quinta-feira (20) em uma área indígena de Guaíra, no oeste do Paraná. O principal suspeito do crime, um idoso de 67 anos, foi preso em flagrante poucas horas depois.

De acordo com a Polícia Federal (PF), o homem afirmou que mantinha um relacionamento com a vítima, mas não revelou a motivação do crime. O caso foi registrado na região do Bairro da Eletrosul, local que frequentemente enfrenta ataques devido à falta de demarcação, contudo, a polícia descartou qualquer relação do homicídio com conflitos fundiários.

A prisão do suspeito foi realizada após uma operação conjunta da PF, Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Paraná e Guarda Municipal de Guaíra. Ele responderá pelo crime de feminicídio, cuja pena pode variar de 20 a 40 anos de prisão.

O inquérito foi instaurado pela PF e será posteriormente encaminhado à Justiça Estadual, uma vez que se trata de um crime comum, conforme informou a Polícia Civil em nota oficial.