CRIANÇAS AMARRADAS EM ESCOLA DE ARAUCÁRIA: PROFESSORA É PRESA POR MAUS-TRATOS - CR3 por Edicarlos Mattão

.

.

CRIANÇAS AMARRADAS EM ESCOLA DE ARAUCÁRIA: PROFESSORA É PRESA POR MAUS-TRATOS

Menino com TEA foi encontrado amarrado em banheiro


Araucária (PR) - 09/07/2025 - Uma professora da escola particular Shanduca - Berçário e Pré-Escola, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, foi presa em flagrante após um menino de 4 anos, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e não verbal, ser encontrado amarrado pelos pulsos e cintura dentro de um banheiro da instituição.

A denúncia de maus-tratos levou equipes da Guarda Municipal e do Conselho Tutelar até o local na última segunda-feira (7), no bairro Iguaçu. A professora alegou que imobilizou a criança porque ela estaria “muito agitada”.

🔗 Leia também: Violência escolar: como denunciar maus-tratos na educação infantil
🔗 Veja também: Direitos de crianças com TEA garantidos por lei

Foto mostra menina de 3 anos dormindo amarrada

O caso ganhou ainda mais gravidade quando, após a repercussão, o barbeiro Bruno Incott recebeu uma foto de sua filha, de apenas 3 anos, dormindo amarrada com fita adesiva em uma cadeira dentro da mesma escola.

Segundo o pai, a menina relatou agressões por parte das professoras. "Ela teria beliscado outra criança, então amarraram ela. É horrível, a gente busca o melhor pros nossos filhos e acontece uma situação dessas", desabafou.

Polícia amplia investigações e novas denúncias surgem

De acordo com o delegado Erineu Portes, responsável pelo caso, mais funcionárias da escola serão ouvidas, incluindo a proprietária e a pedagoga da unidade.

Na terça-feira (8), o pai de mais uma suposta vítima registrou um boletim de ocorrência referente a 2023, o que levanta suspeitas de que os maus-tratos vinham acontecendo há mais tempo.

A advogada que representa as famílias solicitou que os casos sejam investigados em conjunto para facilitar o processo e garantir a responsabilização dos envolvidos.

Menino foi amarrado mais de uma vez, apontam vídeos

Novas imagens reveladas à defesa mostram o menino amarrado em salas diferentes e usando roupas distintas, indicando que ele pode ter sido submetido à prática em mais de uma ocasião. A criança, por ser não verbal, não consegue relatar o que sofreu.

"A gente quer que essas pessoas paguem por isso. Não sabemos desde quando isso estava acontecendo", relatou a mãe, Mirian de Oliveira Ambrósio.

Ministério Público pede prisão preventiva

Diante da gravidade dos fatos, o Ministério Público pediu a conversão da prisão em preventiva, como forma de proteger as demais crianças matriculadas na escola.

A audiência de custódia da professora está prevista para esta quarta-feira (9). As investigações continuam sob responsabilidade da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

Informações: G1/PR