Um dos maiores escândalos administrativos já registrados na pequena cidade de Mato Rico
Tudo começou com uma Ação Civil Pública impetrada
pelo Ministério Público do Paraná, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de
Pitanga e do GEPATRIA (Grupo de Proteção ao Patrimônio Público) por supostos atos
de corrupção ativa e fraude à licitação.
A Ação foi movida contra a Cooperativa Ecomar
Reciclagens e Serviços e diversos agentes públicos do município de Mato Rico,
incluindo o próprio prefeito, Edelir de Jesus Ribeiro da Silva.
De acordo com a denúncia, a Ecomar foi criada em
2021, nos primeiros dias do mandato do prefeito, com o objetivo de vencer o
Pregão Presencial nº 32/2021, que previa a terceirização de serviços públicos
de limpeza e triagem de lixo.
Ainda de acordo com a denúncia, o esquema incluiu
a manipulação de orçamentos, direcionamento do processo licitatório, superfaturamento
de preços e inexecução parcial do contrato.
O prejuízo direto ao erário foi estimado em R$
874.738,33, e conforme o MP, o valor poderia ter sido economizado se
os serviços fossem realizados por servidores efetivos, como já ocorria
anteriormente.
Na denúncia, o MP informa que o contrato firmado
com a cooperativa chegou ao montante de R$ 1,7 milhão, com
base em valores superfaturados em até 18,17% acima do mercado,
além de um desconto simbólico de apenas 0,85% no certame.
Investigações demonstraram ainda que a
cooperativa era gerida informalmente pelo prefeito e secretários municipais, e
tinha entre seus fundadores servidores públicos ligados diretamente ao processo
licitatório o que configura conflito de interesse e impedimento
legal.
Mesmo com parecer jurídico alertando para a
ilegalidade da terceirização, o processo foi levado adiante. Após a deflagração
da operação policial em abril de 2024, os repasses à cooperativa continuaram,
em afronta direta à recomendação da Procuradoria do Município.
O Ministério Público requer a responsabilização
da Ecomar com base na Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) e a
aplicação das sanções cabíveis por atos lesivos à administração pública, como
fraude em licitação e superfaturamento.
A denúncia traz à tona um dos maiores escândalos
administrativos já registrados na pequena cidade de Mato Rico, com potencial
para resultar em responsabilizações civis, administrativas e criminais dos
envolvidos.
O caso segue em análise no Judiciário.
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